1 de abril de 2022
Conviver é uma tarefa difícil e, mesmo quando os vizinhos têm em comum o mesmo interesse – a melhora do bairro –, podem surgir conflitos.
A pesquisa da Empresa Júnior da UVV (EJUVV) em parceria com A Tribuna mostrou que, a cada quatro pessoas que participaram do levantamento, pelo menos uma já teve desentendimentos com vizinhos, ou seja, 25,9% admitiram que já tiveram conflitos.
Entre os principais motivos de desavenças, estão barulho, festas, animais de estimação e locais para jogar lixo.
“Apesar de a maioria dizer que não teve conflito com os vizinhos, quando pontuados os motivos, uma parcela acaba admitindo alguma situação. Entendo que muitas pessoas acabam não partindo para o conflito, a briga, mas já tiveram situações que deixaram mal-estar, incômodo, entre vizinhos”, observa o coordenador da pesquisa, Fabrício Azevedo.
O professor universitário e advogado Fabrício Posocco acredita que grande parte dos conflitos acontece por causa da falta de bom senso. “As pessoas vivem em comunidade e esquecem que devem respeitar o direito dos outros. O barulho, que é campeão de motivos para conflitos, é um exemplo dessa falta de bom senso quando as pessoas extrapolam nos decibéis”.
Outro motivo que leva casos ao Judiciário é a fofoca, o famoso “falar mal do outro”, segundo a advogada Rayane Vaz Rangel, especialista em Direito Civil.
“É importante frisar que quem fofoca, ofende ou emite opinião negativa sobre o vizinho poderá responder por crimes contra a honra, além de responder eventual ação civil, por atentar contra a honra, imagem ou privacidade do mesmo. Para não ter problemas, é só respeitar, ter empatia e tentar dialogar, que é sempre uma boa opção”.
Os advogados lembram que hoje é comum os vizinhos se juntarem em grupos de WhatsApp para debater benefícios para o bairro ou condomínio. Mas, o advogado Sandro Câmara, especialista em Direito Público e Administrativo, ressalta que, mesmo virtualmente, é necessário observar a educação, a urbanidade e a cordialidade.
“Se houver excessos por parte de quem quer que seja, entre vizinhos, seja de forma virtual ou presencial, isso pode gerar consequências, de caráter cível e até mesmo criminal. É fundamental ter essa percepção de que redes sociais também geram efeitos jurídicos importantes nos relacionamentos entre as pessoas”, alerta.
Reportagem: Lorrany Martins/A Tribuna