26 de outubro de 2023
Gugu Liberato morreu em 2019 e deixou um testamento polêmico, que rendeu uma “novela” para os envolvidos. No documento, o apresentador não deixa nada para Rose Miriam, mãe dos filhos dele. A mulher, então, recorreu na Justiça e trava uma luta contra o chef Thiago Salvatico, que diz ser namorado de Gugu e também quer parte da herança do apresentador. Além disso, recentemente, apareceu um suposto filho do apresentador, Ricardo Rocha, de 48 anos.
Deste modo, o testamento de Gugu pode sofrer algumas interferências. E, para entender o que pode acontecer com o patrimônio do apresentador, avaliado em R$ 1 bilhão, o iG Gente conversou com um especialista.
O suposto no filho
O aparecimento do suposto novo filho de Gugu pode trazer grandes mudanças para a herança. Sendo que, se for provada a paternidade, por um teste de DNA, o testamento deixado pelo apresentador será anulado. “Caso o teste seja positivo, o testamento será inválido, pois a redistribuição da herança deverá ser feita de forma igualitária a todos os filhos de Gugu”, diz Marcela Menezes, advogada de direito civil e família do escritório Posocco & Advogados Associados.
Gugu deixou 75% da herança para os três filhos (João Augusto, 21, Marina e Sofia, 19) e 25% para cinco sobrinhos. Se o teste de DNA de Ricardo der positivo, 50% da herança é dos filhos automaticamente, neste caso, sem considerar a existência da união estável de Rose e Thiago. “Isso é o que a gente chama de parte legítima, ou seja, a que é destinada aos herdeiros necessários (descendentes e ascendentes diretos e o cônjuge/companheiro). O restante é dividido como ele deixou no testamento”, explica a especialista.
Rose Miriam X Thiago Salvático
Menezes ainda comenta a situação de Rose Miriam e Thiago. Ambos procuram provar uma união estável para ter direito ao patrimônio de Gugu. “Os requisitos da união estável, segundo o previsto no art. 1.723 do Código Civil, traz que a relação deve ser: duradoura, contínua, pública, visando constituir família. O fato de Rose ser genitora dos filhos dele não é capaz de presumir que existia uma união estável entre eles, apenas que ela era a mãe de seus filhos”, pontua a advogada.
Deste modo, Menezes avalia que tudo dependerá das provas apresentadas e algumas já existentes desfavorecem Rose. “Algo que salta em nossos olhos é de que a própria mãe do Gugu, em um de seus depoimentos, informa que eles [Gugu e Rose Miriam] nunca viveram juntos e que Gugu não a considerava como um amor, um dos fatos que torna pouco provável a comprovação de sua união estável”, diz a advogada.
Vale lembrar que, além da mãe, outras pessoas próximas a Gugu, como os diretores Walter Wanderley e Homero Salles, declararam que o apresentador se recusava a conviver com Rose Miriam.
Menezes também avalia as provas apresentadas por Thiago como uma antiga troca de mensagens que o chef diz ter tido com Rose Miriam, pelo WhatsApp, em agosto de 2019. Elas seriam de uma das viagens que Gugu e Thiago realizaram. Eles teriam se perdido um do outro e contaram com a ajuda da mãe dos filhos do artista. Com a prova, o chef alega que a própria Rose reconhecia a união dos dois.
Vale lembrar que, além dos prints, foi vazada uma carta da mãe dos filhos do apresentador, que estaria nos documentos do processo. No texto, ela cita a sexualidade do apresentador, diz que sabe dos encontros de Gugu com rapazes e afirma que poderia mudá-lo com oração e jejum.
A advogada diz que tais provas podem reconhecer a união estável e, assim, dar para Thiago direito sobre a herança. Tanto que foram por tais evidências e do aparecimento do suposto novo filho que a ministra do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Nancy Andrighi, decidiu suspender o processo de Rose.
“Diante de tantos fatos novos, como reconhecimento de união estável e aparecimento de possíveis filhos, o recomendável é que seja suspenso o processo de herança até para que os envolvidos nesse caso não sejam prejudicados, bem como para o próprio descobrimento da verdade sobre as supostas uniões estáveis em período concomitante, haja vista que essas situações trazem inúmeras repercussões familiares e sucessórias que devem ser adequadamente investigadas”, conclui Menezes.
Reportagem: Larissa Albuquerque/iG