18 de outubro de 2022
Desde o último dia 1 de agosto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, deu início a mais um Censo Demográfico do país. Segundo a instituição, o censo visitará cerca de 89 milhões de endereços, sendo 75 milhões de domicílios, onde vivem algo em torno de 215 milhões de habitantes, nos 5.568 municípios do país. O objetivo é atualizar os dados da população, para que as principais referências das condições e de qualidade de vida sejam atualizadas, proporcionando melhorias de gestão e de políticas públicas. Assim, o censo certamente irá visitar o seu condomínio e você deve atender!
Tendo em vista a importância do censo demográfico, todos os síndicos e moradores que ainda não receberam a visita dos agentes do IBGE, já podem ir se preparando. O síndico pode, por exemplo, se antecipar e comunicar aos moradores todos os processos oficiais do censo nos quadros de aviso e disparos de mensagens em grupos e e-mails.
O site do IBGE (www.censo2022.ibge.gov.br) oferece diversos materiais de apoio como cartazes e imagens com dicas para, por exemplo, demonstrar a forma correta de identificar os agentes, uma das principais dúvidas dos brasileiros, especialmente pela possibilidade de golpes. Como ter certeza de que aquela pessoa batendo na porta é realmente um agente censitário?
“O crachá de identificação do recenseador é bem completo. Consta ali a foto do recenseador, o número de matrícula dele, o número de documentação e há ainda um QR Code que a pessoa pode usar para fazer essa verificação”, explica Luciano Duarte, responsável pelo projeto técnico do censo 2022.
O IBGE informa também que os recenseadores vestem colete azul e boné amarelo e azul. Se ainda assim persistirem dúvidas, o morador poderá ligar gratuitamente para o Centro de Apoio ao Censo: 0800-721-8181. Também é possível confirmar a identidade do profissional no site: www.respondendo.ibge.gov.br.
Em relação à segurança residencial, o IBGE afirma que vem trabalhando desde 2019 em estratégias diversas. “Esse já é um serviço permanente do IBGE para qualquer cidadão que seja procurado para responder a qualquer pesquisa e que queira se certificar de que aquela pessoa na porta ou na portaria é mesmo um servidor do Instituto”, diz Claudio Barbosa, coordenador operacional do censo.
Barbosa diz ainda que o síndico ou morador deve, sim, consultar a identidade dos recenseadores, se tiver dúvidas. “Desde sempre, o síndico, o porteiro, o zelador ou o morador podem e devem entrar em contato com os canais de atendimento do Instituto, que fornecem as informações necessárias sobre o recenseador presente no condomínio ou na moradia”, acrescenta.
O Censo 2022 terá três formas de abordagem para os questionários: além da presencial, haverá opção pela internet e pelo telefone. Mas as duas abordagens alternativas não dispensam o contato presencial. Para responder pela internet, a pessoa deverá aguardar a visita do recenseador em casa, que irá cadastrar seu e-mail e celular. Chegará um SMS e o morador terá sete dias para preencher o questionário.
Já a coleta de dados por telefone será uma solução nos casos em que os moradores não forem encontrados na residência durante a visita do recenseador. Esta modalidade poderá ser utilizada também nas situações em que o morador não puder atender o recenseador no momento da entrevista, podendo ser realizado o agendamento para a realização da entrevista em momento posterior presencialmente ou por telefone.
De uma forma ou de outra, todos vão responder o censo e isso é muito importante para o exercício da cidadania no país.
“O Censo é algo muito importante nos dias de hoje, principalmente, pelo número de informações e dados que são apurados. Estes números são indispensáveis para a elaboração de um retrato fidedigno do país nas áreas econômica, educacional, de saúde, social, entre tantas outras. Sem o Censo, a confiabilidade dessas informações é cada vez menor, e a imagem que temos de nós mesmos se torna cada vez mais embaçada”, explica o professor universitário e advogado Fabricio Posocco.
DESAFIOS E NOVIDADES DO CENSO 2022
A última contagem da população brasileira aconteceu em 2010. Naquele ano, os brasileiros somavam quase 191 milhões de pessoas. As projeções do IBGE sugerem que esse número aumentou cerca de 13% nos últimos 12 anos, elevando para 215 milhões o número de habitantes no Brasil. E assim como em todo ano de realização, o censo sempre traz algumas novidades.
Pela primeira vez, os moradores de territórios quilombolas, além das aldeias indígenas, serão contabilizados. Além disso, o censo também vai quantificar a quantidade de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil. Ambas as contagens são muito importantes, pois com dados oficiais coletados, a partir de agora, será possível direcionar políticas públicas e recursos para o grupo de pessoas identificado.
“Com as novidades implantadas neste ano, a imagem de quem somos e o que temos a oferecer se torna cada vez mais transparente. Isso pode subsidiar políticas públicas adequadas para a sociedade, como também se tornar referência para os investimentos do setor privado”, diz Fabrício Posocco.
Segundo o IBGE, os primeiros resultados do Censo 2022 estão previstos para serem divulgados ainda no final deste ano. Outras análises e cruzamentos de dados serão divulgados ao longo de 2023 e 2024.
Reportagem: Mario Camelo/Revista Síndico