Golpes financeiros são uma ameaça ao seu bolso

23 de maio de 2022

A cada dia aumenta o número de tentativas de golpes financeiros. Levantamento da empresa de cibersegurança PSafe mostra que houve aumento de 100% em fevereiro deste ano, na comparação com o mês anterior. Foram quase 1 milhão de notificações e bloqueios de ameaças, ou seja, 25 tentativas de golpes financeiros por segundo. Este crescimento estaria ligado a golpes relacionados com PIX e o anúncio do recebimento de valores esquecidos nos bancos.

Ou seja, vivemos em constante ameaça e, em razão do grande número de tentativas, vamos acabar caindo em uma. Uma vez fisgado, o que poderemos fazer?

Entrar com ação na Justiça, como fez uma aposentada de 78 anos. O banco foi condenado a devolver os cerca de R$ 60 mil que retiraram da conta dela e a pagar R$ 10 mil de indenização por dano moral. Ainda, ela não precisará quitar os valores referentes aos empréstimos e às operações realizadas com o seu cartão de crédito.

BUSCA POR REPARAÇÃO DE GOLPES FINANCEIROS

A ação desta senhora foi impetrada pelo advogado Fabricio Posocco, do escritório Posocco & Advogados Associados. Na entrevista ao programa Consumo em Pauta ele aconselha a todos que forem vítimas de golpes financeiros que busquem a Justiça. “Se das 25 tentativas de golpes por segundo apenas uma se concretizar, em um minuto 60 pessoas sofrerão prejuízos. Precisamos buscar a reparação e forçar a termos mais segurança nas transações onlines.”

Caso o consumidor não tenha meios financeiros para a contratação de um advogado, Posocco recomenda procurar os defensores públicos. “Não podemos é simplesmente arcar com tanto dano ao nosso bolso”, completa.

CUIDADOS PARA NÃO SER UMA VÍTIMA

Por outro lado, o advogado pontua a importância de os cidadãos tomarem o máximo de precaução para não ser uma vítima. Entre as ações que podem ser tomadas é colocar limites nos valores de transações. Segundo Posocco, esta é uma ação simples de ser feita. Basta procurar o gerente do banco onde mantém conta. Ou, então, usar os mecanismos virtuais que o próprio sistema financeiro já desenvolveu. “Com limites, fica mais difícil para fazer uma transferência via PIX de alto valor. Se ocorrer, deveria chamar a atenção da instituição financeira.”

O advogado explica que é dever do banco zelar pela lisura das operações bancárias. “A minha cliente, por exemplo, é correntista de longa data, e seu perfil de consumo é de conhecimento da instituição financeira.”

O QUE FAZER SE FOR VÍTIMA

A primeira providência, diz Posocco, é fazer um boletim de ocorrência presencial ou nas delegacias virtuais. Com ele em mãos, comunicar a instituição financeira que foi vítima de um golpe financeiro e exigir a devolução dos valores. “Se isso não resolver, então, buscar a Justiça.”

Reportagem: Angela Crespo/Consumo em Pauta